Pular para o conteúdo
BRASIL

‘Nós não temos nenhum interesse em tirar Temer do poder’ afirmou líder do Vem Pra Rua

Por: Francisco da Silva, de Porto Alegre, RS.

Está sendo chamado pra hoje e em alguns lugares já está ocorrendo um dia nacional de protestos em apoio a Lava Jato e a favor das 10 medidas do Ministério Público Federal contra a corrupção. O protesto é convocado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Movimento Vem Pra Rua, ambos ligados aos partidos de direita e financiados pelo empresariado.

Mesmo se dizendo a favor da luta contra a corrupção, o empresário e líder do Movimento Vem Pra Rua Rogério Chequer não hesitou em afirmar que não querem a queda do governo corrupto de Michel Temer. Após ser criticado por líderes do MBL por querer a participação da esquerda nos atos deste domingo, disse que “Michel Temer tem intenções extremamente positivas para o Brasil. A aprovação da PEC do Teto (PEC do Fim do Mundo – PEC 55) é uma delas. Um ajuste inevitável, goste ou não.”

Michel Temer e a corrupção
Na matéria de João Filho para o site The Intercept em setembro deste ano, João levanta vários casos em que Temer está envolvido em corrupção mas que não é processado por isso. Abaixo alguns trechos da matéria:

1 – Propina da Queiroz Galvão: o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo

2 – O “dono” das doações ao PMDB: o mesmo Sérgio Machado afirmou que a JBS doou 40 milhões (em que pese tenha declarado que doou apenas 22,6 milhões) para as campanhas do PMDB. Após brigas entre deputados e senadores do PMDB para ver quem ficava com o bolo, Temer foi convocado para repartir.

3 – Propina da Camargo Correa: durante a Operação Castelo de Areia, em 2009, o nome de Temer foi encontrado 21 vezes em planilhas apreendidas na casa de um executivo da empreiteira. Ele teria recebido ao todo US$ 345 mil. Já em 2014, na Operação Lava Jato, Temer aparece em novas planilhas da empreiteira. Dessa vez ele teria facilitado um projeto de pavimentação em Aratuba e a duplicação de uma estrada na Praia Grande (SP) por US$ 40 mil.

4 – Propina da Odebrecht: segundo delação de Marcelo Odebrecht, R$ 10 milhões em dinheiro vivo foram pagos para a campanha de Temer. Do montante, parte teria ido para a campanha de Eliseu Padilha, atual chefe da Casa Civil, e o restante, para a campanha de Paulo Skaf, proprietário do Pato da FIESP. O PMDB afirma que as doações foram legais, porém, os executivos da empresa garantem que elas foram registradas na contabilidade do “setor de operações estruturadas da Odebrecht”, o caixa paralelo – mais conhecido como o “departamento de propina” da Odebrecht.

5 – Propina da OAS: em mensagens interceptadas pela Polícia Federal entre 2012 e 2014, Eduardo Cunha reclama com Léo Pinheiro, presidente da OAS, da rapidez com que Michel Temer recebeu R$ 5 milhões, enquanto outros peemedebistas ainda não haviam recebido.

Não querem lutar contra a corrupção. Querem que os trabalhadores paguem pela crise
Os líderes dos protestos de hoje se quisessem mesmo lutar contra a corrupção teriam que se enfrentar com a corrupção de Temer e também do seu governo que já acumula os casos dos ex ministros Romero Jucá e agora de Geddel Vieira Lima.

Mas a verdade é que sob o pretexto de lutarem contra a corrupção, na verdade o grande interesse dos líderes dos protestos da direita é que sejam os trabalhadores quem pague pela crise econômica. Por isso não querem a derrubada do governo Temer. Por isso dizem que Temer tem intenções extremamente positivas para o Brasil como a PEC 55.

Foto: André Tambucci em fotospublicas.com