Resposta ao Parente: o compromisso pela vida na Petrobras

Rio de Janeiro – Faixas de greve colocadas na sede da Petrobras, no centro da cidade, durante paralisação de petroleiros em vários estados reivindicando 10% de reajuste salarial (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Por: Everton Bertucchi, do ABC paulista

Caros Presidente e Diretoria da Petrobras, partimos de um mesmo ponto de vista que vocês, a vida deve ser colocada em primeiro lugar, mas não sentimos confiança nos métodos aplicados. A recomposição do efetivo é a melhor maneira de diminuir os acidentes e treinar as pessoas, pois evita a sobrecarga de tarefas e horas extras.
Algumas empresas concorrentes têm escondido o número de mortes de seus relatórios anuais, como a BW-Offshore e a British Petroleum. Utilizar a taxa de acidentes registráveis somente como parâmetro parece equivocado.

Os PIDVs e a diminuição do efetivo
Os PIDVs 2014 , 2015 na BR e 2016 vão na direção oposta do compromisso com a vida. Sendo que nem começou a recomposição de efetivo do PIDV 2014 do qual a premissa é de 60% entre os anos 2014 e 2018. Logo após a saída dos nossos colegas de trabalho, já abriu outro.

O primeiro desligou 8298 Petroleiros, 12%, e agora este número pode chegar a 11704, 16%. Um dos maiores ativos de toda empresa são seus funcionários, pois podem garantir a sua própria integridade física e dos demais com a sua experiência adquirida através de décadas de trabalho e sabemos que a maioria dos que sairão são os mais experientes. O processo não está contemplando de maneira adequada esta transferência de conhecimento e a taxa de acidentes tende a aumentar nesta situação.

No ano de 2015, o número de mortes, 16, aumentou por causa da precarização das condições de trabalho. O caso mais simbólico foi o arrendamento do navio plataforma FPSO Cidade de São Mateus da petroleira britânica BW. O acidente ocasionou em nove mortes.