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Prefeito de Campinas quer desviar recursos da Previdência dos trabalhadores dos serviços públicos

Da Redação

Acontece nesta terça-feira (08), na Câmara Municipal de Campinas, sessão extraordinária marcada na calada da noite anterior. O governo de Jonas Donizette (PSB) quer aprovar um projeto de lei que pretende parcelar em 60 meses a contribuição patronal da Prefeitura ao CAMPREV, Previdência pública dos trabalhadores ligados à Prefeitura de Campinas e repassar o superávit deste sistema ao tesouro municipal. O governo, que já parcelou o salário dos trabalhadores que recebem acima de R$ 5,4 mil este mês, alega que precisa fazer isso para não fechar o ano com déficit no orçamento público, que é previsto em R$ 350 milhões e conseguir pagar o 13º salário. Na visão dos trabalhadores e dos vereadores da oposição, projeto é inconstitucional e apresenta enorme ataque à categoria, além de denunciar gastos irregulares com o transporte público e com funcionários contratados sem concurso público.

No momento da sessão, muitos trabalhadores entraram na Câmara e uma grande parte, que ficou do lado de fora, fechou as ruas no entorno. Esse é o maior protesto que fazem desde a greve do primeiro semestre, que durou 22 dias. O sindicato, apesar de se posicionar contrário ao projeto, justifica em sua nota que esta medida visa o pagamento dos servidores, e não convoca nenhuma assembleia, nem vai aos locais de trabalho paralisar os serviços. O coletivo
de oposição, por sua vez, faz forte movimentação nas redes sociais e denuncia que a direção sindical “faz teatro” e não mobiliza os trabalhadores porque apóia o governo.

Na semana anterior, o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública determinou exoneração de 449 servidores, em um montante de 846 que exercem cargos comissionados por terem dado apoio político às campanhas de Donizette. Além disso, são inúmeras as denúncias de contratos superfaturados no transporte, através dos quais a Prefeitura repassa subsídio anual de R$ 70 milhões às empresas, ficando em 1º lugar no ranking de passagem mais cara do Brasil junto com São Paulo, com valor de R$ 3,80. Para o próximo ano, o governo de Jonas já anuncia mais concessões nos serviços públicos nas áreas de transporte, iluminação, trânsito e lixo.

Segue, abaixo, nota do coletivo Trabalhadores em Luta – Oposição Sindical:

*Coletivo Trabalhador@s em Luta

Hoje, a Câmara de Vereadores de Campinas aprovou o roubo de nossas aposentadorias. Da noite para o dia foi aprovado sem debate, sem consulta à categoria mais esse ataque aos nossos direitos. Nossa categoria deu exemplo. Lotou a Câmara e as ruas do entorno com força, mostrando grande disposição de luta, apesar do abandono da atual diretoria do STMC, que funciona como uma extensão do gabinete do prefeito. Vamos nos reunir agora, às 14h30 no Paço Municipal, para tirar os próximos passos de nosso movimento. Precisamos urgente de uma assembleia que organize nossa greve e nossa resistência.

Foto: Adriana Macedo

Marcado como:
campinas / servidores