Pular para o conteúdo
MOVIMENTO

Cotas ameaçadas, Reitoria ocupada

Por: Ana Laura Horbach, de Porto Alegre, RS*

Na tarde desta quinta-feira, dia 22 de setembro, dezenas de jovens do movimento negro e estudantil ocuparam a Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para barrar a votação do Parecer 239/2016 que restringe o acesso de cotistas na Universidade. No documento, há uma cláusula que restringe a concorrência concomitante de estudantes cotistas nas modalidades universal e na reserva de vagas. Na prática, quando um cotista atinge uma média superior para passar pela modalidade universal, ele libera a vaga reservada para outro cotista ocupar. O parecer foi apresentado pela Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) e deveria passar por regime de votação no Conselho Universitário na manhã desta sexta-feira (23). Ainda hoje, às 18 horas, ocorrerá uma aula pública sobre a Lei de Cotas e os perigos da aprovação do parecer na ocupação.

As cotas na UFRGS já têm longa história
Além de segregar e excluir centenas de estudantes negros e da periferia, a votação do parecer a portas fechadas em um conselho antidemocrático e não-paritário – o voto dos professores tem peso de 70%, enquanto o voto dos estudantes e servidores técnico-administrativos tem 15% – e sem diálogo com o resto da sociedade é uma nítida afronta às conquistas do movimento social que lutou pela implementação das cotas na UFRGS em 2007. Em 2016, chegamos a 50% de cotas no ingresso vestibular previstas pela Lei na UFRGS, sendo um ano simbólico para a retaliação da Reitoria ao direito de acesso à universidade.

Todas e todos que puderam contribuir com o movimento estão convidados a comparecerem na Reitoria da UFRGS. Nenhum cotista a menos.

*É estudante de letras da UFRGS