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EDITORIAL

Ouviram do Ipiranga… FORA TEMER

Sete de setembro – Dia da Independência Nacional – os movimentos sociais tradicionalmente organizam o “Grito dos Excluídos”. Hoje nas capitais brasileiras é dia de Fora Temer. É um dia de protesto, não é dia de comemorações. Não temos soberania nacional, não temos uma verdadeira independência. Nem do ponto de vista externo, ou seja, da relação do Brasil com os outros países. Nem do ponto de vista interno, ou do poder dos brasileiros de decidir sobre o seu futuro.

O conceito de soberania nasceu com o Estado Moderno, no absolutismo a soberania é do monarca. Numa democracia, a soberania, em teoria, deveria ser de todo o povo. Na vida real, no entanto as coisas são bem distintas. Podemos elencar no mínimo quatro agressões ao direito dos trabalhadores e do povo brasileiro.

A primeira delas é a manobra parlamentar do impeachment, articulada pelos setores mais conservadores da política nacional, junto com a FIESP e o capital financeiro. O presidente não foi eleito. É o terceiro presidente não eleito desde a redemocratização. Por isso hoje dizemos nas ruas: eleições gerais já. Queremos eleger o presidente por eleições diretas. Queremos eleger outro Congresso Nacional, o atual já demostrou o seu fracasso.

A segunda é a manobra feita pela própria presidente Dilma. Em 2014, no segundo turno, Dilma foi eleita contra Aécio prometendo não mexer nos direitos trabalhadores. Não cumpriu, atacou os direitos. No início do seu mandato reduziu o tempo do seguro desemprego, justamente no momento em que a crise social se ampliava e levava milhões de brasileiros ao desemprego. Foi um estelionato eleitoral. Por isso nós dizemos nas ruas: precisamos unir a esquerda socialista e superar o PT.

O terceiro golpe é a entrega do pré sal para as multinacionais do petróleo, as privatizações da BR distribuidora, o projeto de reforma da previdência,  o ajuste fiscal e a PEC 241. O Brasil vai se tornar ainda mais dependente do mercado externo. Os trabalhadores e o povo brasileiro terão ainda menos direitos sociais.

A quarta agressão aos brasileiros é o pagamento anual de uma dívida indevida que consome metade do orçamento da União. O país tem os juros mais altos do mundo. A dívida pública se transformou num mecanismo de transferência de renda dos mais pobres para os grandes investidores do capital financeiro e também, dos países mais pobres para os países imperialistas.

Por tudo isso, hoje, estamos nas ruas. Há muito pelo que lutar e a resistência começou. Hoje os ato serão maiores que os desfiles. Nas ruas ouviremos: FORA TEMER. Eleições Gerais Já.

Foto Fora Temer em Brasília – Mácia Teixeira/Esquerda Online